domingo, 5 de fevereiro de 2017

Poluição do solo

POLUIÇÃO

O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre. Uma das formas de poluição ambiental é a poluição do solo, isto é, a contaminação deste com substância que alteram sua estrutura, como agrotóxicos, lixo e solventes.
A solução para os problemas causados pela poluição estaria na reciclagem de materiais que agem como vilões para o solo, como plástico, vidro, entre outros. O uso de materiais biodegradáveis também ajuda na redução de danos ao solo.

LIXO

Na Idade média, a Peste Bubônica, conhecida como Peste Negra, dizimou metade da população europeia. Os roedores que ficavam nos porões dos navios de comércio encontraram um ambiente favorável, já que essas cidades possuíam condições precárias de higiene, com esgoto a céu aberto e o lixo acumulado nas ruas. Com a população descontrolada de ratos contaminados com a bactéria Pasteurella pestis, as pulgas destes transmitiam a bactéria para os seres humanos ao serem picados. E, dessa forma, um terço da população foi morta pela doença.

Esse acontecimento marcou a história e até hoje é lembrado, sendo o lixo o maior vilão. Atualmente, a quantidade de lixo gerado pelos seres humanos é muito alta e com os poucos recursos, muitos são levados para os conhecidos “lixões”, a céu aberto, onde há proliferação de animais nocivos, como ratos, moscas e baratas. Além disso, em muitos lugares, é possível ver o lixo sendo jogado nos rios e acumulado nos solos.
Diferença entre lixão e aterro sanitário (Foto: AmbientalSustentável)Diferença entre lixão e aterro sanitário (Foto: AmbientalSustentável)
O reaproveitamento do lixo e áreas maiores de aterros sanitários poderiam ser soluções eficientes para diminuição dos danos causados no meio ambiente. Hoje, a reciclagem do lixo tem sido empregada em muitas casas, mas ainda em um ritmo pequeno.

Em alguns casos, os lixos são enterrados provocando ainda mais problemas ambientais, já que há contaminação dos lençóis freáticos pela produção do chorume, um líquido altamente poluente. A incineração do lixo também causa poluição, já que há produção de gás carbônico, contudo materiais tóxicos e hospitalares devem ser incinerados.

A solução para diminuir os danos e resolver o problema do lixo são a compostagem, reciclagem e a reutilização. Na compostagem, as sobras orgânicas colocadas no solo servem de adubo rico, já que esse material sofrerá o processo de decomposição por bactérias. A reciclagem tem como objetivo separar materiais que não podem ser decompostos, como alumínio, plástico, papel e dessa forma são reaproveitados para fabricação de novos produtos. Na reutilização, há produção de gás natural, como o metano. Os organismos decompositores degradam a matéria orgânica em biogestores, produzindo metano para o uso de combustível.

DESMATAMENTO E QUEIMADAS

O desmatamento sempre foi um grande problema brasileiro. Em 1500 os portugueses devastaram grandes em áreas por causa do pau-brasil, uma árvore típica daqui que era muito valiosa na Europa.

Mata Atlântica e outras áreas estão sofrendo o desmatamento provocado pelo homem para serem usadas como pastagem para animais, além de plantações, entre outros motivos, até mesmo para contrabando.
Desmatamento da Mata Atlântica (Foto: Cultura Mix)Desmatamento da Mata Atlântica (Foto: Cultura Mix)
Com o desmatamento, vários processos naturais acabam surgindo, como a erosão, aterramento dos rios e lagoas, efeito estufa, redução das chuvas, além da diminuição da biodiversidade dos seres vivos que estão presentes no ecossistema a ser desmatado.

As queimadas também são muito utilizadas para limpar terrenos a fim de serem usados como pastagem e pecuária. São causas de grandes impactos ambientais, já que aumentam efeito estufa e reduzem a fertilidade do solo. Além disso, a fauna também é prejudicada, acabando com o habitat de diversas espécies. Como no desmatamento, a queimada também deixa o solo sujeito à erosão contribuindo ainda mais para o assoreamento de lagos e rios.

EXERCÍCIOS

(ENEM-2006) As florestas tropicais úmidas contribuem muito para a manutenção da vida no planeta, por meio do chamado seqüestro de carbono atmosférico. Resultados de observações sucessivas, nas últimas décadas, indicam que a floresta amazônica e capaz de absorver ate 300 milhões de toneladas de carbono por ano. Conclui-se, portanto, que as florestas exercem importante papel no controle:
a) das chuvas ácidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono resultante dos desmatamentos por queimadas.

b) das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de carbono resultante da não-dispersão dos poluentes para as regiões mais altas da atmosfera.

c) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono contido nos gases do grupo dos clorofluorcarbonos.

d) do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na atmosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo.

e) da eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do excesso de dióxido de carbono presente na atmosfera.

Gabarito 
Letra D. O sequestro do dióxido de carbono está relacionado ao controle do efeito estufa: elevação da temperatura global em decorrência do acúmulo de dióxido de carbono. Esse processo pode ocorrer, por exemplo, pela queima de combustíveis fósseis.

(Fatec-2005) Se forem reflorestadas várias áreas, ao redor e dentro de grandes centros urbanos, podem-se combater os poluentes liberados pela queima de combustíveis fósseis. O dióxido de carbono é um dos poluentes mais abundantes, e sua remoção envolve a elaboração de um produto por um evento metabólico.Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, o produto e o fenômeno metabólico do processo descrito.

a) Carboidrato e fotossíntese.
b) Proteína e fermentação.
c) Carboidrato e fermentação.
d) Proteína e fotossíntese.
e) Oxigênio e respiração aeróbica

Gabarito
Letra A. O gás carbônico (CO2) eliminado nos centros urbanos será utilizado pelas plantas durante a fotossíntese, levando à produção de carboidratos.

(Mack-2006) Cientistas mediram a quantidade de carbono nos solos de 2.179 localidades do Reino Unido em 1978, 1994/5, 1996/7 e 2003. Verificaram que quase todos os solos estavam perdendo carbono, a uma taxa média de 0,6% ao ano, o que significa 13 milhões de toneladas anuais. Como a perda aconteceu mesmo em solos que não são usados para agricultura, os pesquisadores assumem que a mudança seja ocasionada pelo aumento da temperatura global no último século, que foi de 0,7ºC. Quanto mais calor, maior a atividade de micróbios que decompõem matéria orgânica no solo, liberando CO2, o que, por sua vez, aumenta ainda mais a temperatura.
Folha Ciência, 08/09/2005.

Analisando-se o texto acima, é correto afirmar que:
a) a quantidade de CO2 liberada do solo é insignificante, comparando-se com a quantidade liberada à atmosfera por outras fontes, não constituindo, portanto, motivo de preocupação.
b) o problema da liberação do CO2 pode ser resolvido se forem eliminados os micróbios responsáveis pela produção desse gás.

c) essa perda de CO2 pelos solos aumenta a taxa de CO2 da atmosfera e favorece a ocorrência do efeito estufa.

d) o aumento na quantidade de CO2 da atmosfera não tem relação com o efeito estufa.

e) o efeito estufa não ocorre, mesmo que haja aumento na taxa de CO2 na atmosfera, pois as plantas, por meio da fotossíntese, utilizam todo o excesso desse gás.

Gabarito
Letra C. O CO2 é o grande responsável pela retenção das radiações infravermelhas responsáveis pelo aquecimento global (efeito estufa).

(UFSCar-2009) A prática da queima da palha da cana-de-açúcar para facilitar a colheita deve ser extinta no Estado de São Paulo, por causar danos ao meio ambiente. Estes danos estão diretamente relacionados com:

a) o aumento de compostos nitrogenados no solo, como amônia e nitrato.
b) a redução na evaporação da água do solo.
c) o aumento da matéria orgânica na superfície do solo, provocado pela queima da matéria vegetal.
d) a redução da erosão na área, provocando o acúmulo de cinzas na superfície.
e) o aumento na concentração de gases tóxicos na atmosfera, provocado pela combustão da matéria orgânica.

Gabarito
Letra E. A queima da palha da cana-de-açúcar intensifica a concentração de gases tóxicos na atmosfera, como por exemplo, o gás carbônico (CO2).

(UFSCar-2006) Nas zonas urbanas das grandes cidades, cada habitante produz cerca de 1kg de lixo diariamente. A maior parte desse material acaba sendo depositada em lixões ou aterros sanitários. Sobre esses dois métodos de destinação do lixo, pode-se dizer que:
a) os lixões são mais indicados que os aterros apenas quando localizados fora do perímetro urbano e quando houver controle sobre o acesso de pessoas.

b) lixões e aterros apresentam o inconveniente de inviabilizar a coleta seletiva do lixo e a reciclagem de material.

c) os aterros apresentam a vantagem de minimizar o risco de transmissão de doenças, mas são desvantajosos porque não impedem a contaminação do solo e das águas subterrâneas.

d) os lixões mantêm o lixo exposto a céu aberto, atraindo animais e provocando mau cheiro. Quando cobertos com lona ou mantidos sob galpão, são denominados aterros sanitários.

e) os aterros, assim como os lixões, produzem gás metano e chorume, mas nos aterros há controle sobre a produção e drenagem desses produtos, de modo a não contaminar o solo e a atmosfera.

Gabarito
Letra E. Os lixões provocam a contaminação do solo, enquanto os aterros possuem sistema de drenagem para o chorume e o gás metano para que não haja essa poluição do solo.

Relações desarmônicas

AMENSALISMO

As comunidades são formadas por diferentes populações que interagem entre si. Quando a interação ocorre entre indivíduos da mesma espécie são denominadas relações intraespecíficas, entretanto quando a relação ocorre entre diferentes espécies, essas são relações interespecíficas. Quando nessas relações há vantagem mútua para os indivíduos da associação, essa chama-se relação harmônica. No contrário, quando ambos ou apenas um indivíduo é prejudicado, chamamos a relação de desarmônica. Abaixo seguem as principais relações desarmônicas.

O amensalismo é uma relação intraespecífica na qual um ser vivo produz e libera uma substância que prejudica o crescimento da outra. O exemplo mais clássico é o que ocorre com os antibióticos, como a penicilina sintetizada pelo fungo Penicillium notatum. Há ainda outros exemplos, como quando ocorre a maré vermelha, onde há uma intensa proliferação das algas vermelhas que liberam uma substância tóxica para muitos animais marinhos, como ocorre com certas raízes que liberam substâncias que impedem o crescimento de outras plantas ao redor, dentre outros.

PREDATISMO

Predatismo: camaleão captura inseto. (Foto: G1)Predatismo: camaleão captura inseto. (Foto: G1)
Essa relação se estabelece quando animais de nível trófico acima, denominados predadores, capturam, matam e se alimentam de animais de um nível trófico abaixo, denominados presas. O predatismo ocorre com quase todos os carnívoros, como leão, lobo, onça, dentre outros. Assim, nessa relação de participação diretamente do controle populacional, como da população de predadores pode equilibrar a população de presas e vice-versa, como mostrado no gráfico abaixo. Entretanto, um desequilíbrio ambiental pode afetar um aumento ou diminuição de uma dessas populações.
Gráfico sobre controle populacional (Foto: Reprodução)Gráfico sobre controle populacional (Foto: Reprodução)

PARASITISMO

Nessa relação apenas um ser vivo é beneficiado e o outro é prejudicado. Esta relação ecológica ocorre entre indivíduos de espécies diferentes, sendo que uma delas, denominada parasita, habita o interior (denominados endoparasitas, como por exemplo, o protozoário Trypanosoma cruziagente etiológico da doença de Chagas) ou exterior (denominados ectoparasitas, como por exemplo, o piolho) de outra espécie, denominada hospedeiro. O parasita alimenta-se de seu hospedeiro e as consequências dessa relação pode ocasionar a morte do hospedeiro.

O nematódeo Ascaris lumbricoides, conhecido popularmente como lombriga, instala se no hospedeiro, como por exemplo, o homem, provocando doenças de má nutrição, podendo levar indiretamente à morte do individuo.
Vespa Cotesia flavipes atacando uma lagarta. (Foto: Agência Embrapa)Vespa Cotesia flavipes atacando uma lagarta. (Foto: Agência Embrapa)
As relações parasitárias também acontecem na flora brasileira como ocorre com o cipó-chumbo que não possui clorofila, dessa forma não realiza fotossíntese, não conseguindo produzir seu próprio alimento. Entretanto, apresentam finas raízes, denominadas haustórios, que penetram nos vasos liberianos da planta hospedeira, obtendo seu alimento.

Os parasitas são comumente utilizados no controle biológico de pragas uma vez que os parasitas são específicos quanto ao seu hospedeiro, instando-se em uma ou algumas poucas espécies. A vespa Cotesia flavipes é parasita da fase larval da lagarta da broca da cana-de-açúcar, matando a mesma antes que cause dano na agricultura. 

COMPETIÇÃO

A competição interespecífica ocorre quando duas populações de espécies distintas, mas que possuem o mesmo nicho ecológico ou semelhante, disputam pelo mesmo recurso. Essa relação pode controlar a densidade das duas populações, entretanto um desequilíbrio ecológico pode ocasionar a extinção de uma das espécies. Esse é o princípio da exclusão competitiva ou princípio de Gause, no qual duas espécies podem ocupar o mesmo hábitat, mas não o mesmo nicho por muito tempo, pois haverá a exclusão de uma delas. Tal princípio foi obtido após os experimentos de Gause utilizando duas espécies do protozoário paramécio: Paramecium aurelia Paramecium caudatum.
Gráfico com população de paramécios (Foto: Professor.bio.com.br)Gráfico com população de paramécios (Foto: Professor.bio.com.br)
Outro exemplo de competição interespecífica é o caso do peixe piloto e o tubarão. Tais espécies ocupam o mesmo nicho ecológico, mas nesse caso, a relação entre eles não prejudica nenhum deles. O peixe piloto desloca-se ao lado do tubarão, alimentando-se de restos deixados por esse devorador voraz.

Além da competição interespecífica, há ainda a intraespecífica, onde os indivíduos estão constantemente competindo pelos mesmo recursos, como por exemplo, a competição pelo néctar de uma flor entre beija-flores. Tal relação ecológica está muito relacionada às mudanças evolutivas e ao equilíbrio populacional de uma comunidade.

EXERCÍCIOS

(Unifesp-2003) A raflésia é uma planta asiática que não possui clorofila e apresenta a maior flor conhecida, chegando a 1,5 metro de diâmetro. O caule e a raiz, no entanto, são muito pequenos e ficam ocultos no interior de outra planta em que a raflésia se instala, absorvendo a água e os nutrientes de que necessita. Quando suas flores se abrem, exalam um forte odor de carne em decomposição, que atrai muitas moscas em busca de alimento. As moscas, ao detectarem o engano, saem da flor, mas logo pousam em outra, transportando e depositando no estigma desta os grãos de pólen trazidos da primeira flor. O texto descreve duas interações biológicas e um processo, que podem ser identificados, respectivamente como:

a) Inquilinismo, mutualismo e polinização.
b) Inquilinismo, comensalismo e fecundação.
c) Parasitismo, mutualismo e polinização.
d) Parasitismo, comensalismo e fecundação.
e) Parasitismo, comensalismo e polinização.

Gabarito
Letra E. A raflésia estabelece com a outra planta uma relação de parasitismo com intuito de absorver água e nutrientes da mesma para seu crescimento. A atração das moscas pelo forte odor exalado pela raflésia mantém uma relação de comensalismo com a flor, pois nenhuma das duas espécies se prejudica, mas apenas a raflésia se beneficia, facilitando a polinização e dispersão de suas sementes.